sábado, 12 de dezembro de 2009

No JL

«Afonso Cruz aparenta uma calma religiosa e uma sabedoria mística, entre os sete ofícios em que se descobre. Ilustrador, realizador de animação, músico, escritor. É esta última arte que nos leva à conversa.
A edição de Enciclopédia da Estória Universal, um dos mais intrigantes livros da recente edição nacional. Se algum historiador futuro encontrar a obra perdida e fora do contexto, poderá ser levado ao engano de pensar que se trata de um manual de uma obscura religião. Mas observando o humor se percebe o embuste. A enciclopédia é o verdadeiro livro pós-moderno, está cheio de ligações e citações, e mistura todos os géneros sem se inscrever em nenhum. Nem poesia, nem prosa, nem ficção, nem ensaio. Pode ser lido da frente para trás ou de trás para a frente. Não se sabe onde está a verdade. Mas também pouco importa. E é uma obra irremediavelmente inacabada, tão inacabada quanto as histórias universais. Afonso Cruz prefere chamar-lhe um livro de factos inventados.»
(JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Nº1022, de 2 a 15 de Dezembro)

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